quarta-feira, 20 de abril de 2011

Você me espreita com esses olhos com se estivesse no cio

Remexendo minha fome

Tendo-a por um fio

Segura-me nesse olhar

Retalhando meu corpo

Minha boca se parte
em mil fragmentos
sequiosa da falta da tua
meus olhos vagueiam
em busca da claridade dos teus
e quase vejo os teus olhos
nos meus mergulhar
e tua paixão despejar.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Fustigar

E
dói , como lambada de açoite
como fisgada de dor
E
estampa na pele,
como vento desenhando a areia
E
destila o liquido
nos corredores das entranhas
E
arremessa no desvario da insensatez
despejando, destemperando
E
invade, espreitando a boca
desvanecendo o céu da boca
E
arranca do interior incauto
um gemido dolorido
E
incendeia as partes internas
com a lava incandescente
E
aninhada
lambuza
E
estremece
assanha
E
aconchegada
acomodada
faz moradia
E
atiça os pelos
batendo
açoitando
doendo de paixão.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Varal

Largo minhas coisas em qualquer canto.

Deixo cair meu corpo na cama,

molemente, sem forças.

O estupor me envolve frio.

Pensamentos evasivos

desencontrados

dançam dentro de mim.

Aspiro lentamente o ar,

o cheiro vem áspero, trazendo lembranças,

já apontando a saudade.

A dor me assedia, sem piedade.

Vem aos pedaços, preenchendo,

meus espaços ainda sadios.

Tudo ainda é recente,

mas parece que há anos a saudade está presente.

Ontem estava tudo afinado,

hoje minha sintonia desencantou-se.

Meu sorriso fechou-se.

Minha fisionomia endureceu

Tornei-me dor

Tornei-me tristeza.

Abro lentamente os olhos

E tudo está ali na minha frente

Balançando sob a aragem que entra pela janela;

os dias de alegrias inesquecíveis,

as noites de paixão desenfreada,

os toques, os beijos,

o corpo rente, sequioso.

O bom dia com sorriso,

o boa noite com promessas,

o despertar, entre carícias.

O olhar brilhante

E por fim o olhar esquivo.

A boca dos beijos,

agora dizendo adeus.

Esporeando minha alma,

Espinhando meu corpo.

Tudo na minha frente,

balançando-se trêmulo.

Mostrando-me,

enfrentando-me,

desafiando-me a lutar

espargir a dor em pequenas porções

afastando-a definitivamente.

É hora de reviver.

Quem sou eu

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Uma mulher que respira arte e prazer.