sábado, 11 de junho de 2011

Ninho da serpente

( Cronicas sexuais semi frustradas )

COLETIVO LITERARIO DE 2

Mário Britto & Beti Timm



Rafael Maya era aquele tipo de homem, que não conseguia ficar sem se envolver com várias mulheres ao mesmo tempo, até hoje não sei o que se passa na cabeça dele, sempre achei que depois dos 40 anos, os homens ficassem mais tranquilos em relação a caça do sexo oposto, mas isto não se adequava a Rafael! Ele era um tipo de homem, que necessitava de muito sexo, muitas mulheres ardentes, mas andava em uma fase ruim, nada dava certo, as mulheres estavam muito complicadas, exigiam muitas coisas, depois da primeira transa. Tentava sempre ser um cara sério, mas a cafajestagem o rondava, afinal, todos os seus amigos eram cafajestes.

Então Rafael seguia seu instinto primário, sempre tentando abater uma nova fêmea, geralmente moças complicadas, vindas de outras relações complicadas e traumatizadas!.

Até que numa dessas tardes banais, navegando pela internet, cruzou com uma mulher meio esquisita, metida a artista plástica chamada Stela Morais. A partir daí, se envolveria em uma situação inusitada!, A artista tinha um amante paraguaio, mas era o tipo de mulher que se relacionava com qualquer um, e no caso de Rafael, ela iria sentir um prazer imenso em conhece-lo.

Rafael iniciou então uma conquista virtual, com investidas ostensivas e retiradas estratégicas. Tudo era uma incógnita e esse era o estímulo necessário para ele. Stela não despertava nenhuma forte atração sexual, apenas mais uma transa que nem sabia se seria boa, mas a curiosidade e o lado de macho primitivo falava mais alto, impulsionava –o a seguir na caçada. Existia, porém , detalhes que mereciam uma certa atenção e cuidado, como o dito cujo amante paraguaio, que pelas fotos vistas por Rafael na internet, tinha um aspecto um tanto quanto sinistro, e parecia mais um traficante, o que não seria de todo impossível, então concluiu que por trás de um tipo assim, haveria mais elementos, ou seja uma quadrilha, o que representava um grande perigo. Mas o instinto de predador , aliado ao seu pênis, parceiro inquieto, e desbravador, que já pulsava agitado como se tivesse vida própria, o deixavam em ebulição, não o deixando raciocinar com sensatez, afinal seu pênis só queria desfrutar de mais uma aventura, sendo ela uma armadilha ou não!

A moça se mostrava, aparentemente receptiva, convidando-o insistentemente a visitá-la em sua casa, claro que os motivos eram os mais variados e inocentes, sem segundas intenções, o que é claro não refreava o lado macho de Rafael, era somente mais uma fêmea no cio, louca pra acasalar, ele não poderia deixar de ser solidário, privando-a deste prazer! Um macho com marca registrada, nunca foge da luta.

Depois de vários momentos de indecisão, marcou sua visita. Tomada à decisão a única coisa que o inquietava, era a imagem do amante, possível traficante, que lhe assombrava a todo momento. E se ele estivesse lá, na ocasião da visita? O que poderia acontecer? Agora era pagar pra ver. A sorte estava lançada!

domingo, 15 de maio de 2011




Dona

Não sou santa

Nem mansa

Nem pura

Nem a cura

Sou a doença

Presença

Crença

Traço torto

Mão trêmula

Que desenha

Tua carne

Não rezo

Peco

A cada olhar

Quero tudo

Não compreendo nada

Conheço teu sexo

Familiar

A me estreitar

Sou desgovernada

Desafinada

Descarada

Não sou justa

Perco

Sinto falta

Brinco

Na ponta de meus dedos

Lembro teu desejo

Na minha língua

Está o teu gosto

Nas minhas narinas

Teu cheiro vadio

É tarde

As horas pequenas

Meu desejo vaga

A cada passo teu

É só desejo

Fúria a toa

Da qual eu sou a dona

sábado, 14 de maio de 2011

Arte de Sandro van Gogh


“Vem, amor...”


A pele era alva, etérea, como um pedaço da lua, contrastando com o cabelo negro. O corpo sinuoso, suave, ocultando uma sensualidade que me deixou com os sentidos em alerta. Minha libido insinuou-se com ousadia pelas frestas do meu corpo que se agitou frenético.

Minhas mãos ficaram úmidas quando o corpo dela movimentou levemente o corpo como numa dança leve, tão silenciosa que podia-se escutar seus músculos ao distender-se. Uma luz tênue, vinda de um abajur, deixava o ambiente imerso num clima de um romantismo barato. Meus olhos acostumando-se com a penumbra, deparam-se com a blusa translúcida que delineava a pequinês de seios de menina, que fez meus sentidos saltarem ensandecidos. A muito custo acalmei-me procurando não precipitar nada.

Relembrei como cheguei até aquele momento; a solidão, os amores mal resolvidos, as noites de sexo solitário e as infindáveis insônias que resultavam num cansaço no dia seguinte. Tudo isso me atormentava de tal maneira que nem trabalhar conseguia mais, até que um amigo sugeriu-me um encontro com uma mulher e assim afastar o estigma da solidão, mas assegurou-me que devia ser um encontro as escuras porque seria mais emocionante, mais excitante. Mas essa condição assustava-me muito, o evento tanto poderia ser bom quanto desastroso, e uma decepção programada seria o que de pior poderia acontecer no estado em que me encontrava. Mas concordei convencido pelos argumentos de meu amigo.

E lá estava eu, e ela a minha frente, com um corpo delicado e puro e uma aura de pecado dando voltas em torno do corpo como um espectro da promiscuidade. Estático e extasiado temia até respirar temendo que aquela fosse uma visão dos meus anseios e assim sendo desaparecesse. Engoli em seco quando lentamente ela levou às mãos alvas a barra da blusa e foi deslizando-a pelo corpo, libertando seios pequenos, brancos, eretos com bicos rosados que apontavam na minha direção tal a rigidez deles. As axilas pareciam vales, côncavos pedindo para serem beijados, não antes de minha boca voraz e sedenta devorar aqueles montes macios e indefesos que eram os seios. Ao fazer tal movimento, minhas narinas detectaram um odor caracterísco; o cheiro de sexo, que há muito eu não sentia denso, mesclado a um cheiro de suor quase imperceptível, que me enlouqueceu por completo me fazendo sentir como um animal no cio. Pressenti flashes de momentos de um sexo luxurioso e pecaminoso, como todo sexo deve ser. Envolto num desejo entorpecido e volátil, escutei uma voz clara e suave que invadiu meu interior, dizendo num sussurro:

- Vem, amor...

Senti-me completamente perdido.



Que homem é esse?


Que só vem de vez em quando
E que me deixa esperando
Com essa falta de ar


Que bicho é esse?

Que me inflama
Quando diz o meu nome
quando me chama
E que tanto me consome
Sem saber o que pensar

Que homem é esse?

Com essa sede de amasso
No compasso dos seus pés armados
Que me toma nos seus braços
Num impulso do sentir
Deixando-me cicatrizes
Como uma meretriz

Que homem é esse?

Que me vem fora de hora
Que me vira do avesso
Incendeia minha paixão
Mastigando meu tesão
Devorando minhas entranhas


Que homem é esse?

Que me beija e me acaricia
Deixando-me na mais louca euforia
Que me afaga falando
Com seu tom dominante
Rasgando minha carne.

Que homem é esse?

Que vem e misterioso me enlouquece

Que homem é esse?

Que só vem de vez em quando
E depois desaparece
Deixando-me com essa falta de ar


Que bicho é esse?

Que não sofre
que não ama
Que por mim não clama


Que homem é esse?

Que me vem fora de hora
Sem espera, sem estória
E me impede de partir...

Que homem é esse?

Que me faz fêmea descarada
Mesmo não estando preparada
Que me põe num cio permanente
Tornando-me tão demente
Fazendo meu fogo aumentar
Para o prazer prolongar.

Que homem é esse?

Que vem clandestino
Sem estória
E me impede de partir...


Que homem é esse?
Que mulher sou eu?

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Você me espreita com esses olhos com se estivesse no cio

Remexendo minha fome

Tendo-a por um fio

Segura-me nesse olhar

Retalhando meu corpo

Quem sou eu

Minha foto
Uma mulher que respira arte e prazer.